sábado, 3 de novembro de 2012

Pela manutenção do actual mapa de freguesias do concelho de Rio Maior

Por Carla Rodrigues

A proposta de reforma autárquica apresentada pelo governo decorre do espírito do memorando de entendimento com a troika no qual ficou acordado ”Reorganizar a estrutura da administração local.” O mesmo documento refere que o Governo desenvolverá um plano de consolidação para reorganizar e reduzir significativamente o número destas entidades. É assim claro que, no âmbito de uma política de austeridade cega, se pretende extinguir freguesias por supostos critérios economicistas.

As freguesias são muito mais do que estatística pela proximidade com as populações e pelo papel de representação política. Depois do encerramento da escola, do posto médico, dos correios e da GNR, as Juntas de Freguesia são o último elemento simbólico e funcionam muitas vezes como balcão único dos serviços públicos, revelando-se neste quadro, entidades fundamentais para o desenvolvimento local ao serviço da população e de uma democracia de proximidade.

A política do governo está, portanto, nos antípodas do espírito da consolidação do poder local democrático conquistado pelo povo português com a revolução de Abril de 1974.

Uma proposta de reforma séria do mapa autárquico deverá colocar-se o desafio de repensar os meios e as competências das Freguesias, no sentido de as reforçar, tendo em conta a manutenção da qualidade dos serviços públicos de proximidade que as mesmas proporcionam, bem como as identidades e culturas locais, as redes de solidariedade e de transportes públicos entre outros factores e, de potenciar a participação popular partindo de uma discussão profunda com as populações, a quem se deve dar a palavra através de referendos locais.

* excerto da intervenção na Assembleia Municipal de Rio Maior, 13/10/2012

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