terça-feira, 11 de agosto de 2009

Autárquicas/Rio Maior: Movimento independente concorre com a sigla do BE

Santarém, 11 Ago (Lusa) - O Bloco de Esquerda vai concorrer pela primeira vez aos órgãos autárquicos de Rio Maior, apoiando uma lista constituída na sua maioria por independentes, em grande parte ligados aos movimentos associativos locais, disse hoje à Lusa fonte daquele partido.

Bruno Góis, do secretariado distrital do BE, disse à Lusa que, tendo sido contactado por elementos do movimento, o Bloco decidiu apoiar a candidatura por se verificar uma concordância programática quanto aos princípios da gestão autárquica. As listas concorrentes à Câmara Municipal, Assembleia Municipal e juntas de freguesia só serão apresentadas dia 17, data limite para a sua formalização. Alexandre Jacinto, dirigente da associação juvenil de Arrouquelas H2O, disse à agência Lusa que a média de idades do grupo ronda os 35 anos. "Tem uma grande participação de dirigentes associativos de organizações do concelho, numa verdadeira candidatura de cidadania", acrescentou. Segundo disse, o grupo quer ser "um espaço político no qual é privilegiada a participação e intervenção cívicas", em oposição "às listas habituais de candidatos indicados pelas concelhias partidárias, as quais nomeiam quem bem entendem, comprometendo, assim, a escolha dos cidadãos".

Com uma população de 21.807 habitantes e 18.586 eleitores espalhados por 14 freguesias, o concelho de Rio Maior é gerido desde 1985 pelo socialista Silvino Sequeira, que se recandidata a um sétimo mandato. Além dos independentes que concorrem com a sigla do BE, Silvino Sequeira terá de enfrentar a actual presidente da junta de freguesia de Rio Maior, a social-democrata Isaura Morais, que se candidata numa coligação PSD/CDS-PP que conta com o apoio do antigo vereador, e ex-militante do PS, Carlos Frazão. Carlos Frazão chegou a anunciar a sua candidatura como independente, mas, no final do mês de Julho, declarou o seu apoio à coligação PSD/CDS-PP. O PS detém quatro mandatos no actual executivo camarário e o PSD três.

Maria de Lurdes Lopes/Agência Lusa

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

BE questiona Ministério da Saúde sobre encerramento de Lar de Idosos em Arrouquelas


João Semedo, deputado do Bloco de Esquerda na Assembleia da República, enviou um requerimento ao Ministério da Saúde exigindo esclarecimentos sobre o encerramento, pela Segurança Social e pela ASAE, de um Lar de Idosos em Arrouquelas.

O Lar em causa foi encerrado por falta de higiene, sobrelotação, défice de comida e falta de formação dos funcionários. Habitavam ali 120 idosos, quando a lotação prevista era para um máximo de 40. Verificou-se também que estas pessoas não tinham comida suficiente para se alimentar e sobreviver. O presidente do Instituto de Segurança Social, Edmundo Martinho, afirmou que «estas pessoas viviam em condições de completa degradação de qualidade de vida».
Estavam neste lar doentes mentais que tinham estado internados nos hospitais psiquiátricos Miguel Bombarda e Júlio de Matos.
A presença destes doentes parece não ter sido comunicada ao Instituto de Segurança Social, uma vez que o seu presidente, Edmundo Martinho, disse ao Diário de Notícias não ter conhecimento de que estes estariam internados no lar encerrado e que ainda estavam a proceder à sua identificação.
O Bloco de Esquerda denunciou a situação do lar: “Estamos perante uma grave irresponsabilidade da administração do centro hospitalar psiquiátrico que agrupa os hospitais Júlio de Matos e Miguel Bombarda, um comportamento leviano e de extrema desumanidade que não pode passar em claro nem ser desculpado”, escreveu o deputado do BE João Semedo, que pediu ainda outros esclarecimentos ao Ministério da Saúde.
João Semedo pergunta ao Ministério se confirma as informações noticiadas pelo DN e questiona “de quem é a responsabilidade pela transferência dos referidos doentes para um Lar sem condições?”. E acrescenta: “Está o Ministério da Saúde em condições de garantir que outros doentes, igualmente desinstitucionalizados por aqueles hospitais para outras instituições de acolhimento similares, estão adequadamente instalados e a ser assistidos devidamente?”
João Semedo alerta ainda para a necessidade de o Ministério da Saúde acompanhar a implementação da reforma dos serviços de saúde mental para evitar situações graves e desumanas como esta.

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