segunda-feira, 3 de agosto de 2009

BE questiona Ministério da Saúde sobre encerramento de Lar de Idosos em Arrouquelas


João Semedo, deputado do Bloco de Esquerda na Assembleia da República, enviou um requerimento ao Ministério da Saúde exigindo esclarecimentos sobre o encerramento, pela Segurança Social e pela ASAE, de um Lar de Idosos em Arrouquelas.

O Lar em causa foi encerrado por falta de higiene, sobrelotação, défice de comida e falta de formação dos funcionários. Habitavam ali 120 idosos, quando a lotação prevista era para um máximo de 40. Verificou-se também que estas pessoas não tinham comida suficiente para se alimentar e sobreviver. O presidente do Instituto de Segurança Social, Edmundo Martinho, afirmou que «estas pessoas viviam em condições de completa degradação de qualidade de vida».
Estavam neste lar doentes mentais que tinham estado internados nos hospitais psiquiátricos Miguel Bombarda e Júlio de Matos.
A presença destes doentes parece não ter sido comunicada ao Instituto de Segurança Social, uma vez que o seu presidente, Edmundo Martinho, disse ao Diário de Notícias não ter conhecimento de que estes estariam internados no lar encerrado e que ainda estavam a proceder à sua identificação.
O Bloco de Esquerda denunciou a situação do lar: “Estamos perante uma grave irresponsabilidade da administração do centro hospitalar psiquiátrico que agrupa os hospitais Júlio de Matos e Miguel Bombarda, um comportamento leviano e de extrema desumanidade que não pode passar em claro nem ser desculpado”, escreveu o deputado do BE João Semedo, que pediu ainda outros esclarecimentos ao Ministério da Saúde.
João Semedo pergunta ao Ministério se confirma as informações noticiadas pelo DN e questiona “de quem é a responsabilidade pela transferência dos referidos doentes para um Lar sem condições?”. E acrescenta: “Está o Ministério da Saúde em condições de garantir que outros doentes, igualmente desinstitucionalizados por aqueles hospitais para outras instituições de acolhimento similares, estão adequadamente instalados e a ser assistidos devidamente?”
João Semedo alerta ainda para a necessidade de o Ministério da Saúde acompanhar a implementação da reforma dos serviços de saúde mental para evitar situações graves e desumanas como esta.

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