quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Bloco de Esquerda requereu informações sobre transferência de competências do Ministério da Educação para o Município de Rio Maior

Ana Drago
A deputada Ana Drago do Bloco de Esquerda apresentou na Assembleia da República o seguinte requerimento:

«A aproximação do início do ano letivo veio evidenciar a situação absolutamente caótica em que escolas e autarquias se encontram.

Ao grupo parlamentar do Bloco de Esquerda vão chegando diariamente relatos de representantes das comunidades educativas locais a propósito da enorme dificuldade em que se encontra a garantia de prestação de alguns serviços educativos, particularmente, no 1.º ciclo do ensino básico.

Ao abrigo de um acordo celebrado entre a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e o Ministério da Educação, a 14 de setembro de 2006, a esmagadora maioria dos municípios portugueses aceitou subscrevê-lo e assegurar várias competências em matéria de educação.

De referir que a legislação em vigor que diz respeito a este protocolo, designadamente o decreto-lei n.º 212/2009, de 3 de setembro, estipula que cabe aos municípios que tenham assinado o acordo de transferência de competências em matéria de educação assegurar o seguinte conjunto de serviços educativos: educação pré-escolar; atividades de enriquecimento curricular no 1.º ciclo do ensino básico (ensino do Inglês e de outras línguas estrangeiras; atividade física e desportiva; ensino da música e outras expressões artísticas); transportes escolares relativos ao terceiro ciclo do ensino básico (3CEB) e às crianças deslocadas do 1.º ciclo, em consequência do encerramento de escolas; parque escolar do 2.º e 3.º ciclos do ensino básico; ação social escolar dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico (refeitórios, residências para estudantes) e, finalmente, gestão do pessoal não docente até ao 9.º ano do ensino básico. Em contrapartida, o Ministério da Educação assegura o financiamento destes mesmos serviços através da transferência para os municípios das verbas necessárias para o efeito.

Incumprimentos vários denunciados pelas próprias autarquias na transferência das verbas por parte do Ministério da Educação e Ciência contribuíram para o endividamento galopante de algumas autarquias. Ora, a consequência direta deste endividamento é a impossibilidade de garantir os serviços acima elencados com os efeitos desastrosos que essa situação pode trazer para centenas de crianças que estão dependentes destes apoios se para deslocarem à sua escola, alimentarem-se durante o dia e terem onde ficar no final do período das aulas.

O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda considera, por isso, urgente conhecer a situação de forma mais aprofundada, com quem está no terreno, no sentido de reunir a informação mais detalhada possível sobre esta matéria.

Atendendo ao exposto, e ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda vem por este meio requerer ao Governo, através da Câmara Municipal, documentos com os seguintes dados:

1 - Valor total da dívida do Ministério da Educação e Ciência no âmbito da transferência de competências.
2 - Valor da dívida do Ministério da Educação e Ciência desagregado por competência, ou seja, educação pré-escolar, transportes escolares, ação social escolar (refeições, residências, etc…), funcionários não docentes, atividades de enriquecimento curricular e parque escolar.
3 - Número de crianças abrangidas por estes apoios no município.
4 - Número de auxiliares de ação educativa contratados pelo município.
5 - Elenco das competências que a autarquia prevê ter mais dificuldades em assegurar neste ano letivo.»

Resposta da Câmara Municipal de Rio Maior disponível aqui.

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