quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Debate sobre a cimenteira na Antena Um

Para ouvir clicar aqui.

4 comentários:

  1. É vergonhosa a postura do representante da câmara ao esconder-se atrás da impossibilidade de se pronunciar por falta de capacidade técnica, diz que não tem elementos para se pronunciar. Sinceramente, chega a envergonhar-me Rio Maior estar representado assim, desta forma amadora. O homem não tem internet?

    Se não sabe eu explico:
    Cerca de 5 a 7% das emissões de CO2 no planeta são decorrentes da produção de cimento.

    Os fornos têm de ser aquecidos a 1500º C, pelo que a produção de cimento consome muito combustível. Geralmente utiliza-se uma combinação de diversos produtos como óleo, coque de petróleo (um combustível sólido muito poluente) e resíduos industriais devido à combustão e ao processo de descaracterização da matéria-prima.
    Aproveita-se as altas temperaturas e o tempo de permanência dos gases no forno para se empregarem combustíveis de difícil utilização, e queima de pneus picados. Estes tipos de combustível emitem altas concentrações de substâncias extremamente tóxicas (tais como dioxinas e furanos) devido à queima incompleta. Além disso, o calcário e a cal contidos na mistura, têm a característica de reagir com o enxofre proveniente dos combustíveis.

    As próprias cimenteiras explicam:
    Quando lhes convêm, assumem que são tremendamente poluidoras e reconhecem a sua dificuldade em reduzir significativamente os níveis de poluição. Como aqui os lobbys das cimenteiras, em Bruxelas, que confessam que se, as cimenteiras europeias, tiverem de pagar pela poluição que fazem não se aguentam.

    http://www.guardian.co.uk/environment/2007/oct/12/climatechange

    Aqui só pode haver duas posições:
    Ou se privilegiam os factores económicos e de emprego, sobrepondo-os às questões ambientais;
    Ou se privilegia o ambiente, o bem estar, a saúde, a ecologia, etc, aos outros factores.

    Não há aqui possibilidade de uma terceira via.

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  2. Peixoto, se me permites, não estou, de todo, de acordo com o último parágrafo, isto é, a questão de fundo não é essa, mas sim que: visão; pensamento; estratégia; modelo de desenvolvimento a longo, médio e curto prazo queremos para o concelho.
    Esta é a matriz, definir uma estratégia de desenvolvimento a longo prazo, de modo a termos um rumo, sabermos o que queremos e para onde vamos, põr fim a este desnorte: ontem, a cidade do desporto; amanhã, o turismo; hoje, a cimenteira.
    Queremos um desenvolvimento que respeite, valorize, incremente, mobilize, motive, as potencialidades existentes, o património natural e construido, a história, a cultura e a diversidade.
    Ou um "desenvolvimento" monoindustrial que: tudo destrói à sua volta, tornando inviáveis outros sectores, a agricultura biológica ou não, o pastorício, etc, colocando famílias inteiras sem fonte de rendimento;
    acaba com postos de trabalho a médio prazo; impossibilita a criação de novos postos de trabalho a longo prazo.
    Em suma: a ser construida a cimenteira, o impacto sócio-económico vai ser desvastador, depois ficam, os crentes, os bem itencionados, etc., a saber que os apreguados postos de trabalho criados, pela dita, comparados com os que foram destruídos e os que poderiam ser criados, não passavam de um falácia.

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  3. De acordo.

    O sentido era outro. É que o vereador amador/ignorante que representa a câmara não se esconda atrás da sua ignorância meio abestalhada.

    E que a câmara tenha a CORAGEM DE SE DEFINIR nas suas reais intenções ( pelo menos agarre-se às justificações alternativas ( não pode have outra) para pelo menos sabermos com o que contamos, para ser combatidos e combaterem de FORMA LEAL.

    Agradeço o reparo, deu-me, penso eu, a oportunidade explicar melhor aquilo que pretendia dizer.

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  4. A posição / falta de posição do vereador / executivo camarário deve-se, diz-se à boca pequena, a um ultimato da empresa que pretende construir a cimenteira: Comenta-se por aí, e não costuma haver fumo sem fogo, que a tal empresa ameaça deslocar a empresa que já possui em Rio Maior se não se construir a cimenteira.
    A tomada de posição por parte da câmara seria uma de duas coisas: admitir que está a ser vitima de chantagem por parte de alguém do sua própria cor politica e que está de mãos e pés atados (afinal são cerca de 300 postos de trabalho), ou assumir publicamente a posição perante a qual foi posta pela empresa e denunciar esta vergonhosa chantagem.
    Mas para isso seria necessário que este executivo soubesse para onde quer ir e tivesse coragem para defender quem os elegeu.
    Não me parece que a Câmara vá tomar alguma posição.

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